Descrição do Evento:
No dia 7 de agosto comemorou-se o “Dia do Documentário”, e no dia 8 de agosto foi apresentado “Morada”, no Palácio das Artes – Cine Humberto Mauro. “Morada" é um curta metragem, que conta a história de Dona Virgínia, moradora de uma casa ameaçada de desapropriação pela Prefeitura de Belo Horizonte desde a década de 50.
A personagem não é fictícia, dessa forma, representa uma população que sofre, ano após ano, a ameaça do governo de destruir o lugar onde guarda seu passado, suas lembranças com a finalidade de “progresso”. Mas que tipo de progresso é esse que chega e passa por cima de pessoas comuns que não têm forças para lutar contra a ganância dos poderosos e só podem esperar?
Portanto, o filme retrata bem esse sofrimento e incerteza de uma senhora que tem sua casa como seu refúgio e aconchego e que, apesar de tudo, ainda tem a ilusão de permanecer em seu lar e o reforma (pinta suas paredes); comemora seu aniversário de 80 anos, dá uma festa (a última) em sua casa que, logo em seguida, é desapropriada e derrubada para a ampliação da Avenida Antônio Carlos. Com isso, seu mundo desaparece. Dona Virgínia passa seus bens às duas filhas que teve e passa a viver com uma delas, “de favor”, pois já não tem mais nada. Entra em um processo de tristeza e, segundo a sua neta, Joana Oliveira, criadora do curta, adoece.
Comentário Crítico:
O curta-metragem (que com o decorrer do processo de filmagem se tornou um longa) retratou com êxito o drama de famílias que convivem ou conviveram com a desapropriação de seu lar, o lugar onde se tem sossego e onde se sentem mais à vontade. Com o filme e com sua protagonista, Dona Virgínia, pôde-se refletir o que a nossa casa representa para a gente e como guarda lembranças que já nem damos tanto valor.
Com uma cidade que cresce vertiginosamente, os espectadores perceberam como a fúria do progresso desfaz com as lembranças de uma antiga cidade, e como é o procedimento de urbanização brasileiro e resistência (silenciosa) de pessoas comuns frente à força do capital se mostra.
Para muitos esse tipo de arte (o cinema) pode parecer chato, mas na verdade é bastante interessante pelo ponto de vista de representar com uma linguagem muito instigante o ser humano e seu cotidiano, ou seja, fatos que nos rodeiam e que às vezes não damos tanto valor.
Joana Oliveira, neta de Dona Virgínia, diretora e criadora do Curta "Morada". |
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nossa muito interessante!estão de parabéns!
ResponderExcluirInteressante ... Gostei de ver ver .. Parabéns
ResponderExcluirhmm , ficou maravilhoso o trabalhooo , continuem assim !
ResponderExcluirMuito bom meninas. É triste, mas é a realidade, saber que o governo da preferencia aquilo que é melhor para eles,muitas vezes, não se importando com a vida do cidadão. Parabéns
ResponderExcluirRealmente esse é um curta bem chocante, que mostra o descaso do governo para com os interesses da população. De fato, somos tratados com descaso em todos os sentidos. Aí está mais um caso, em que o dinheiro e o progresso passaram por cima de um ser apegado ao seu lar e que sofreu consequências por isto. Parabéns pelo blog meninas!
ResponderExcluirMuito bom isso do cinema abordar e criticar essas questões sociais.
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