sábado, 27 de agosto de 2011

Curta Circuito - Agosto 2011: "Morada - Um personagem, seu espaço e o tempo"

Cine Humberto Mauro - Palácio das Artes, 08 de Agosto de 2011
Da esquerda para a direita: Karolina Celestrino Silva, n°:26;
                                                   Maria Thereza Machado Facundo, n°34;
                                              Amanda Araújo de Oliveira, n°: 03; 
                                              Adriana Marques Rodrigues, n°: 01;
                                                   Chiara Cássia Oliveira Amorim, n°: 12


Descrição do Evento:

No dia 7 de agosto comemorou-se o “Dia do Documentário”, e no dia  8 de agosto foi apresentado “Morada”, no Palácio das Artes – Cine Humberto Mauro. “Morada" é um curta metragem, que conta a história de Dona Virgínia, moradora de uma casa ameaçada de desapropriação pela Prefeitura de Belo Horizonte desde a década de 50.
A personagem não é fictícia, dessa forma, representa uma população que sofre, ano após ano, a ameaça do governo de destruir o lugar onde guarda seu passado, suas lembranças com a finalidade de “progresso”. Mas que tipo de progresso é esse que chega e passa por cima de pessoas comuns que não têm forças para lutar contra a ganância dos poderosos e só podem esperar?
Portanto, o filme retrata bem esse sofrimento e incerteza de uma senhora que tem sua casa como seu refúgio e aconchego e que, apesar de tudo, ainda tem a ilusão de permanecer em seu lar e o reforma (pinta suas paredes); comemora seu aniversário de 80 anos, dá uma festa (a última) em sua casa que, logo em seguida, é desapropriada e derrubada para a ampliação da Avenida Antônio Carlos. Com isso, seu mundo desaparece. Dona Virgínia passa seus bens às duas filhas que teve e passa a viver com uma delas, “de favor”, pois já não tem mais nada. Entra em um processo de tristeza e, segundo a sua neta, Joana Oliveira, criadora do curta, adoece.



Comentário Crítico: 


O curta-metragem (que com o decorrer do processo de filmagem se tornou um longa) retratou com êxito o drama de famílias que convivem ou conviveram com a desapropriação de seu lar, o lugar onde se tem sossego e onde se sentem mais à vontade. Com o filme e com sua protagonista, Dona Virgínia, pôde-se refletir o que a nossa casa representa para a gente e como guarda lembranças que já nem damos tanto valor.
Com uma cidade que cresce vertiginosamente, os espectadores perceberam como a fúria do progresso desfaz com as lembranças de uma antiga cidade, e como é o procedimento de urbanização brasileiro e resistência (silenciosa) de pessoas comuns frente à força do capital se mostra.
Para muitos esse tipo de arte (o cinema) pode parecer chato, mas na verdade é bastante interessante pelo ponto de vista de representar com uma linguagem muito instigante o ser humano e seu cotidiano, ou seja, fatos que nos rodeiam e que às vezes não damos tanto valor.




Joana Oliveira, neta de Dona Virgínia, diretora e criadora do Curta "Morada".

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6 comentários:

  1. nossa muito interessante!estão de parabéns!

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  2. Interessante ... Gostei de ver ver .. Parabéns

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  3. hmm , ficou maravilhoso o trabalhooo , continuem assim !

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  4. Muito bom meninas. É triste, mas é a realidade, saber que o governo da preferencia aquilo que é melhor para eles,muitas vezes, não se importando com a vida do cidadão. Parabéns

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  5. Realmente esse é um curta bem chocante, que mostra o descaso do governo para com os interesses da população. De fato, somos tratados com descaso em todos os sentidos. Aí está mais um caso, em que o dinheiro e o progresso passaram por cima de um ser apegado ao seu lar e que sofreu consequências por isto. Parabéns pelo blog meninas!

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  6. Muito bom isso do cinema abordar e criticar essas questões sociais.

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